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terça-feira, 5 de março de 2013

Sopa do vidreiro


Esta sopa constituía o habitual almoço dos vidreiros, a mulher ou a filha levava-lhes o almoço que comiam no pátio das fábricas...O almoço era levado numa panela dentro de um cesto de verga e o vinho levado no frasco de vidro,chamado frasco do vidreiro, uma sopa com muitas calorias, que se usava a conselho de um médico, para recuperar do calor que se fazia sentir ao pé dos fornos quentes, assim esta sopa repunha todas as calorias que eram perdidas, durante o trabalho árduo, que era de ser vidreiro.
"O bacalhau nesta sopa é uma importante fonte de sódio, mineral perdido em grandes quantidades pelo suor, tornando-se extremamente importante a sua reposição. Rica em hidratos de carbono, permitia aos vidreiros terem a energia inesgotável e necessária para realizarem tarefas pesadas durante longas horas."

Retirada foto daqui


Com esta receita participo no passatempo do blogue da nossa Duxita, Passatempo da Duxa Inspiração Portugal e Memória Lusa



Ingredientes:
  • Bacalhau; 
  • Batatas; 
  • Ovos; 
  • Pão;
  •  Broa; 
  • 2 dentes de alho; 
  • Azeite
Preparação:
  1. Põe-se o bacalhau a cozer com as batatas cortadas às rodelas e dois ovos sem casca.
  2. Enquanto tudo isto coze, num tacho à parte, miga-se o pão, miolo de broa e dois dentes de alho.
  3.  Quando os ingredientes que estavam a cozer estiverem prontos, retiram-se do lume e põem-se por cima do pão e da broa.
  4. Tempera-se com azeite e está pronto a servir.

20 comentários:

  1. Bom dia Belinha,

    tempos duros. A minha mãe chegou a levar muitas vezes o almoço aos meus tios em cesta similar...

    beijocas
    Paula

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  2. Que história linda, gosto de saber estas curiosidades.
    A sopa deve ser uma delicia e tem um aspecto bem nutritivo.
    Beijocas

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  3. Bom dia Belinha minha querida

    Ainda me lembro quando era pequena ir com a minha vo levar o almoço ao meu vô com uma cstinha dessas...

    Essa sopa minha querida que delicia

    Excelente participaçao

    Beijocas

    Margarida

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  4. Não sabia essa história, e achei muito interessante :) Essa sopinha tem muito bom ar, deve ser deliciosa :)

    Beijinhos e tem um bom dia :D

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  5. Ciao Cara!!
    Ottima questa zuppa,un bacio :-)

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  6. Que giro!!!Adoro estas receitas com uma história por detrás.....
    Deve ser bem boa!
    Bjoka
    Rita

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  7. super o teu texto assim como esta sopa pois as pessoas dos tempos antigos sabiam bem fazer sopas adorei a tua boa soerte bjs

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  8. Uma excelente sopa acompanhada de uma bela história. Engraçado como muitos pratos portugueses têm uma história por trás.
    beijinhos

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  9. Olá Belinha:)

    Mas que bela sopa! Não sou vidreira mas comia com muito gosto:)

    Boa semana!
    Beijinhos

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  10. Cara Belinha....
    apesar de não comentar, visito todos os dias o seu blog que muito gosto....
    Hoje não resisti a comentar porque gostei demais da introdução e da sopa nem se fala...
    Beijinho

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  11. Oi Belinha
    Vim agradecer a visita e comentário.
    Fiquei salivando com a deliciosa sopa.
    Boa sorte na participação do Passatempo.
    Beijinhos

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  12. Que bonita história Belinha, essa sopa ficou bem substanciosa, saborosa e rica, assim sendo, só poderia ter um significativo real ao trabalhadores que dela necessitavam. Adorei, muito saborosa, sem dúvida

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  13. Ai que bela sopinha :) e a historia dela é muito bonita!!!
    Beijinhos

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  14. Belinha minha querida,
    com essa mistura de ingredientes só pode ter ficado
    uma verdadeira delícia! Receita nota 10!

    Beijinhos

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  15. Uma bela sopa que é um refeição completa :)
    Beijinho

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  16. Era a sopa do vidreiro que alimentava as crianças que fechavam os moldes e os vidreiros que às bocas dos fornos colhiam grandes massas fundentes de vidro que desandavam, marizavam e trabalhavam para as transformar em belas peças de arte.
    Para se ter uma ideia da temperatura a que trabalhavam só as crianças bebiam cinco e mais litros de água por turno.
    Os tubos que servem para colher e movimentar as massas de vidro, chamadas de canas, são sopradas por todos que as usam pelo que, por razões óbvias, os alhos eram interditos na confecção da sopa do vidreiro para todos os que sopravam as canas.
    Também o sal adicionado na confecção da sopa era propositadamente reduzido para não fazer aumentar as grandes quantidades de água que os vidreiros bebiam e continuam a beber; pela mesma razão as postas de bacalhau era finas para mais facilmente serem dessalgadas, e também porque eram as mais baratas
    A sopa que refere e apresenta era para ser comida em casa, à mesa, e essa sim com alhos, e os ovos escalfados só raramente porque era preciso optimizar os recursos familiares, muito particularmente no período da guerra até muito depois de acabar.
    Nas fábricas os vidreiros comiam a sopa directamente de pequenas panelas de alumínio que hoje já não veem, eram altas e estreitas para serem entaladas entre as pernas.
    As fatias duras de pão e a broa eram dispostas em camadas alternadas, mais broa do que pão, e nos intervalos algumas rodelas de batatas cozidas e o bacalhau desfiado em quantidades que variavam consoante as condições económicas de cada família e tudo regado com água de cozer o bacalhau a que se adicionava por cima um fio fino de azeite para dar cor e sabor.
    Era assim que em criança eu via os meus familiares e vizinhos confeccionarem a famosa sopa do vidreiro.

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  17. Era a sopa do vidreiro que alimentava as crianças que fechavam os moldes e os vidreiros que às bocas dos fornos colhiam grandes massas fundentes de vidro que desandavam, marizavam e trabalhavam para as transformar em belas peças de arte.
    Para se ter uma ideia da temperatura a que trabalhavam só as crianças bebiam cinco e mais litros de água por turno.
    Os tubos que servem para colher e movimentar as massas de vidro, chamadas de canas, são sopradas por todos que as usam pelo que, por razões óbvias, os alhos eram interditos na confecção da sopa do vidreiro para todos os que sopravam as canas.
    Também o sal adicionado na confecção da sopa era propositadamente reduzido para não fazer aumentar as grandes quantidades de água que os vidreiros bebiam e continuam a beber; pela mesma razão as postas de bacalhau era finas para mais facilmente serem dessalgadas, e também porque eram as mais baratas
    A sopa que refere e apresenta era para ser comida em casa, à mesa, e essa sim com alhos, e os ovos escalfados só raramente porque era preciso optimizar os recursos familiares, muito particularmente no período da guerra até muito depois de acabar.
    Nas fábricas os vidreiros comiam a sopa directamente de pequenas panelas de alumínio que hoje já não veem, eram altas e estreitas para serem entaladas entre as pernas.
    As fatias duras de pão e a broa eram dispostas em camadas alternadas, mais broa do que pão, e nos intervalos algumas rodelas de batatas cozidas e o bacalhau desfiado em quantidades que variavam consoante as condições económicas de cada família e tudo regado com água de cozer o bacalhau a que se adicionava por cima um fio fino de azeite para dar cor e sabor.
    Era assim que em criança eu via os meus familiares e vizinhos confeccionarem a famosa sopa do vidreiro.

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  18. CORRECÇÃO À RECEITA DA SOPA DO VIDREIRO
    A autêntica sopa do vidreiro era feita em panela pequena de alumínio estreita e alta para ser entalada entre as pernas donde era comida directamente, sendo confeccionada por camadas alternadas de broa e batata fatiada grossa cozida, e por vezes umas côdeas de casqueiro e farripas de bacalhau cozido desfiado que era cuidadosamente demolhado para os vidreiros não terem de beber mais água no turno do que o normal, 5 a 6 litros; sobre as camadas era derramada água quente da cozedura do bacalhau e no final um fio fino de azeite e um ovo que acabava escalfado.
    O alho estava interdito nesta sopa para não contaminar com o desagradável cheiro e sabor as canas, tubos de ferro, sopradas por todos.
    Só os vidreiros com ordenados mais altos como os da vidraça se podiam dar ao luxo de ter por vezes na sopa algumas pequenas fatias de pão de trigo.

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    Respostas
    1. Muito obrigada é sempre bom saber mais.
      O meu pai também foi vidreiro, e ambos os meusctrabalharam na Stephens, fábrica velha até fechar os portões 🤗🤗🤗⚘

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Obrigada pelos vossos comentários um beijo sempre amigo da Belinha

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