A minha avó,tanta coisa que posso dizer dela,mas tanta..
Teve 3 filhos,6 netos,11 bisnetos,1 trineta..
Foi uma grande mulher,nunca deixando de dar de comer a quem precisava de um prato de sopa,apesar das dificuldades para criar os filhos,era a palavra de ordem lá de casa ajudar a quem precisava,tudo do campo,que ela cultivava....
Passavam ao portão,batiam e perguntavam:
-D.Natividade têm um prato de sopa que me dê??
E a minha avó claro que respondia:
-Claro que sim,pode entrar...
E ainda hoje as pessoas quando me vêem,me dizem..
-Ai a tua avó com os pratos de sopa dela.. matou-me tanta vez a fome..
Onde eu passava os meus dias antes de ir para a escola,pois os meus pais trabalhavam.
Tinha lá uma cesta de verga grande,onde dormia a sesta..pois a minha avó precisava de continuara a trabalhar e não podia deixar a menina sozinha em casa..
A criação dela,os porcos,galinhas,coelhos,tudo fruto do trabalho dela mais o meu avô.
Herdei muito da minha avó,especialmente a bondade,honestidade a vontade de ajudar sempre os outros..e muita coisa mais.
No pátio da casa,uma grande videira,onde comíamos no verão,e na altura das vindimas,uma bacia pequena para mim,claro que eu também pisava as uvas,não podia ser numa grande pequena como era né...
As festas de natal,toda a família,tios,primos,tudo ali na cozinha dela bem apertadinhos mas tão aconchegados que se estava,os foguetes á meia noite era sempre com o meu avô até crescia de poder lançar alguns.
Onde se faziam muitos doces de natal,tudo sempre feito a olho,sem ter aquelas quantidades,pois a experiência já valia muito.
O pão feito no forno a lenha e o comer feito nele também,os folares na Páscoa,tanta coisa que ela fazia.
Mas prontos aqui vai a receita,uma sopa de feijão branco que era feita ao lume numa grande panela já escravunçada pela idade e uso, uns ossos do espinhaço tirados da salgadeira onde se costumava guardar a carne,um chouriço feito por ela( e agora me vem ao nariz o cheiro dos cominhos das morcelas que fazia).
Medidas certas não há pois era tudo feito a olho.
Claro mesmo sendo feito tudo da mesma maneira nunca me saberá ao sabor da sopa feita por ela,era mesmo um sabor único,pois era ela que a fazia.
Ingredientes:
- Feijão branco
- abóbora
- cenoura
- batatas
- couve de corte migada
- ossos de carne do espinhaço
- toucinho ou entremeada
- chouriço de carne
Preparação:
- Numa panela ao lume,punha-se água.
- Punha-se as carnes e chouriço,o feijão branco.
- A abóbora,a cenoura,as batatas.
- Deixa-se cozer tudo bem.
- No fim de tudo cozido,esmagava-se as batatas,cenoura,abóbora e algum feijão branco.
- Juntando depois tudo á panela de novo.
- Punha-se a couve de corte bem miudinha,e acabava de cozer.
- No fim um pouco de banha.
E prontos lá comíamos nos nossos bancos vermelhos junto á lareira,uns do lado outros do outro.
Muitas saudades deixa,e um dia espero que os meus netos tenham assim uma avó como eu tive com muitas receitas mostrar,e muito para dizer sobre a avó.
Com estas pequenas lembranças,participo no desafio da doce Laranjinha "Conte-me a sua receita" .
Parabens amiga tiveste uma avo formidavel, adorei ler tudinho, minha avo também ajudava muito os outros e tambem dava sempre um pratinho de sopa, ao ler tudo sobre a tua avo em muitas coisa via a minha.
ResponderEliminarinfelizmente hoje em dia existe muitas poucas pessoas como a tua avo uma grande mulher que hoje é recordada com muito amor e carinho, Belinha és uma mulher feliz por teres tido uma grande avo.
Essa sopinha até eu comia um pratinho agora, saudades de pratinhos pobres e simples.
beijinhos e obrigado pela linda noxtalgia.
Que bom foi ler as tuas lembranças Belinha!... A minha avó materna também fazia umas sopas no fogo de lenha, que meu deus!...
ResponderEliminarÉ muito giro recordar as vivências de cada um.... e que saudades dá de um tempo onde o valor família falava acima de tudo.
Beijinho grande Belinha
Adorei o teu testemunho. Sendo eu uma pessoa a quem os avós nunca tiveram um gesto de carinho, estas histórias comovem-me muito.
ResponderEliminarÉ bom saber que alguém teve uns avós carinhosos, que deixam um legado de bondade e generosidade :)
É também bom ver que segues o exemplo da tua avó.
Um beijinho grande!
AH! E também adorei a sopa ;-)
Querida Belinha
ResponderEliminarQue feliz seria a tua avó se pudesse ler tudo o que escreveste...
São boas e doces memórias e um grande exemplo de vida de trabalho e sacrificio.
Uma grande herança!!!
Uma beijoca amiga.
linda, tanto carinho...adorei ler, nota-se bem o amor que sentes por ela e vejo mesmo muito dela em ti! bjinhos grande
ResponderEliminarRecordações maravilhosas! era bom que nunca passassem a ser recordações, né?
ResponderEliminarUm beijinho
Que lindo...sua avó deve estar muito feliz por essas doces palavras esteja onde estiver.Esses momentos tão doces que passamos com pessoas tão queridas é o que realmente importa nesta vida...
ResponderEliminarAdorei esta sopinha cheia de recordações e ternura...beijkas
adorei muito a tua historia pois é muito parecida com a minha ela tambem era assim hoje as pessoas ainda falam dela com muito carinho obrigada por partilhar com nos estes momentos parabens beijinhos bom domingo
ResponderEliminarbelinha que rica historia
ResponderEliminara receita soa-me ate bem familiasr
sopas tipicas daqueles tempos.
beijinhos
Juro que ao ler o título me veio à ideia a sopa que a minha avó fazia e que eu adorava.
ResponderEliminarEra um pouco diferente pois não levava enchidos. Levava sim, nacos de carne de porco que ela guardava na chamada salgadeira(Animais que ela criava e cuja carne conservava o ano todo no meio do sal), estilo toucinho entremeiado e presunto).O feijão seco vermelho, cabeça de nabo ,batatas e a couve do caldo verde (as folhas eram repigadas com os dedos, em bocadinhos pequeninos, deixando apenas os talos e os veios.)Não me lembro de haver passe-vite mas sei que a maioria das batatas eram pisadas com um garfo.
E então, aquilo era sopa e segundo. Algumas batatas não eram esmigalhadas.Essas, as inteiras, eram retiradas da panela e depois eram comidas com a carne e o presunto partidos aos bocadinhos e acompanhado com as cabeças de nabo cozido.
Era deliciosa! Eu adorava aquela sopa forte e bem cheirosa. Comia tudo menos o malvado do nabo. Desse, odiava o sabor. Para meu azar, cresciam que Deus os dava. Eram tão grandes que eu lhes chamava de "cabeçanas".
Belos tempos em que se comiam as hortaliças tão fresquinhas- saindo da horta directamente para a panela.E as refeições cozinhadas a lenha e naquelas panelas tinham um sabor único.
Aliás, Belinha,eu até acho que não devemos ser só nós as duas a termos tão gratas recordações da sopa das nossas avós.
E uma avó que sempre nos tratou bem, nunca a conseguimos esquecer.As avós são míticas e nós somos as suas princesas.
Querida Belinha, adorei ler as tuas memórias, também me veio á memória tantas recordações da minha avó, que saudades!!!
ResponderEliminarAdorei essa sopinha com carne e enchidos dever ter um gosto espectacular.
Beijocas.
Uma sopa de substância, apropriada a matar toda e qualquer fome :)
ResponderEliminarBelinha, oi!! Eu adorei a sopa. Deve ser um espetáculo e esquentar o corpo e o coração! Mas, ainda mais do que a receita, eu adorei ouvir você falar da D. Natividade! Tão queridas essas lembranças! Um beijo grande!!
ResponderEliminar(obrigada pelo carinho de seus comentários!)
Querida Belinha,
ResponderEliminargostei muito de ler as tuas memórias e de conhecer a D. Natividade.
Achei piada aos ossos do espinhaço tirados da salgadeira. Os frigoríficos fizeram desaparecer as salgadeiras, mas foram importantíssimas.
Esta sopa cheia de afectos e lembranças deve ser óptima.
Obrigada pela tua partilha e participação.
Um beijinho.
Belinha, a sopa parece ótima, e a história que acompanhou é emocionante. Fui criada pela avó, e de meu lado ao ler teu post tive muitas belas lembranças!
ResponderEliminarSopa bem saudável e, com certeza, muito saborosa Belinha. São histórias assim que ficam na nossa memória gustativa e olfativa. Abraços!
ResponderEliminarAi Belinha que prato de sopa mais apetitoso! E tua avó, que linda!
ResponderEliminarLinda também tua participação!
Parabéns e beijos!
Ai Belinha que prato de sopa mais apetitoso! E tua avó, que linda!
ResponderEliminarLinda também tua participação!
Parabéns e beijos!
Gostei imenso da história e da receita, fiquei até comovida, acho que estejam onde estiverem já algumas das nossas avós, as estamos a encher de orgulho.
ResponderEliminarbeijinhos e boa semana.
Que belas palavras descritas de uma avó que já foi de corpo, mas permanece nos corações bem viva daqueles que conheceu! Adorei cada palavra, cada linha, cada ingrediente. Mas é bem verdade para nós as comidinhas feitas outrora tinham outro sabor. Mesmo que as tentemos recrear nunca conseguimos recriar aqueles sabores, cheiros enfim.. porque naquela altura viamos o mundo com outros olhos, com a inocencia do nosso olhar e vida levada mais calma, era diferente. "Recordar é Viver" Bj
ResponderEliminarMinha querida a tua avó ficaria orgulhosa ao ler o post.
ResponderEliminarUma sopa que enche bem a barriga e muito boa, a minha tia fazia uma do género.
Bjs
Olá Belinha
ResponderEliminarAdorei ler a história muitos sentimentos e recordações maravilhosas, um grande beijinho!
À que louvar o gesto da tua avó.Dar de comer a quem precisava, nem todos têm essa bondade.
ResponderEliminarEssa sopa é um verdadeiro manjar.
Bjs
Lindas recordações, Belinha, traz-me lembranças boas.
ResponderEliminarBjinho
Maria José
Que foto mais linda! Só complementa esse post tão doce! A sopa parece muito gostosa!
ResponderEliminarBeijso
Ainda bem que aprendeste muito com ela, as coisas boas devem ser herdadas e recordadas.
ResponderEliminarAs sopas das avós são do melhor!
Bjs
Comoveste-me... é mais ou menos assim que recordo a minha avo tambem... saudades desse tempo e da sua companhia. Tambem como tu espero um dia ser avo e ser recordada com este carinho.
ResponderEliminarA sopinha é maravilhosa, e quando feita em lume de chão como antigamente... maravilha!
Beijinhos
Belinha,
ResponderEliminarQue linda a história da sua avó....
Hoje seu post nos trouxe uma bela lição de bondade e solidariedade, e também uma sopa saborosa.
beijos
Belinha,
ResponderEliminarA tua história é linda. Gostei muito de "conhecer" a D. Natividade. Já descobri de quem herdaste esse coração enorme ;-)
bjs
Belinha, que história linda, e não há melhor que a sopa das avós.
ResponderEliminarUm beijinho